Cel. JOÃO DAMASCENO DE ARAÚJO PEREIRA (1827 - 1908)

 


  Filho de Antônio Pereira de Araújo, e de Maria José de Medeiros. Neto de João Damasceno Pereira. Bisneto de  Tomaz de Araújo Pereira, o primeiro, e de Maria José de Medeiros que era a filha do Presidente da Província Tomaz de Araújo, que por sinal, inclusive, também era avô do homenageado. 

Casou-se aos quinze anos de idade, tendo sua esposa na época, apenas treze anos. O casamento foi realizado por sugestão do avô de ambos, o velho Tomaz de Araújo Pereira (terceiro), que já se achando cego, achou por bem casar a neta Tereza, a quem criava. 

O Coronel Damasceno morou inicialmente na fazenda Bulhões, no Acari, localizado na bacia do Gargalheiras. Dirigiu a política acariense até 1868, quando a transferiu para o seu sobrinho e afilhado, Coronel Silvino Bezerra de Araújo Galvão, que a exerceu durante toda a sua vida. Segundo Juvenal Lamartine, o coronel Damasceno foi um belo tipo de sertanejo: - alto, forte e notável cavaleiro, era muito respeitado, em todo o Seridó, por suas qualidades de caráter e por sua energia. Criava cerca de duas mil reses nas suas fazendas e era importante chefe político da terra com muita influência nas adjacências. – Pela temporada do inverno, para amansar novilhas e seus bezerros, recolhia no curral, aproximadamente, 120 vacas paridas. A estima que gozava entre os seus parentes, e o respeito que soube manter junto ao povo durante sua longa vida, o consagrou como um dos legítimos patriarcas seridoenses. A circunstância de ser neto de Tomaz de Araújo Pereira, primeiro presidente do Rio Grande do Norte, após proclamada a independência do Brasil, irmão do Padre Tomaz Pereira de Araújo, Deputado provincial do Rio Grande do Norte, nos períodos de 1835/37, 1838/39, 1840/41, 1848/49 e 1860/61 e vigário de Acari, durante mais de sessenta anos, concorreu para firmar seu prestigio, que soube manter por uma linha de conduta firme e igual, enquanto viveu. Conta o Dr. Juvenal Lamartine de Faria, genro do coronel Silvino Bezerra de Araújo Galvão, que em 1901, acompanhando numa excursão Dr. Pedro Velho a Caicó; ao se aproximarem daquela cidade, surgiu em frente a uma encruzilhada da estrada, o coronel Damasceno, acompanhado de um pagem e disse: “Fui cangaceiro e ainda sei botar tocaia”!...- Eram os comprimentos de um amigo... De volta de outros pontos percorridos, estiveram no Saco do Martins, em casa do coronel Damasceno, onde passaram o dia e foram fidalgamente tratados. Tinha mais de setenta anos quando por esta ocasião.

Fonte consultada: Dr. Anderson Tavares de Lyra



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