MARIA ANTÔNIA DO SANTÍSSIMO (1890/1974)

 



Nasceu no povoado ao redor de uma quixabeira que foi considerado legalmente um Distrito do município de Florânia.  O 'povoado da Luiza' teve seu nome alterado para  São Vicente em 1948 e, em 11 de dezembro de 1953 torna-se município autônomo do Rio Grande do Norte pela Lei Estadual nº 1.030).

Representante da pintura primitiva no Estado potiguar. Autodidata, inicia sua trajetória aos nove anos de idade. Usava a seguinte técnica:  palito de coqueiro como pincel, esmagado em suas extremidades e anilina sobre papel pautado. 

Segundo o escritor e médico IAPERI ARAÚJO, "suas pinturas aguadas com temas que constituem o imaginário simbólico do sertão, a partir de sua vivência cotidiana, iriam representar e promover a pintura primitiva no Estado do Rio Grande do Norte. A pintora retratava sobretudo, o seu “terreiro sertanejo”, os animais, a flora e a fauna dessa região, que cultivava cotidianamente em seu lar, como alfinetes, cravos e roseiras, além de igrejinhas, com pouca representação da figura humana..

A artista participou de diversas exposições, com textos importantes na crítica de arte nacional, como Flavio Aquino, Roberto Pontual, Clarival do Prado Vasconcelos e Wamyr Ayala. Representou o Rio Grande do Norte no projeto Arco Iris da FUNARTE, no Rio de Janeiro. 

Ademais o crítico Roberto Pontual integrou-a aos 50 artistas convidados para a exposição comemorativa dos 50 anos da Semana de Arte Moderna na Collectio, em São Paulo, 1972. Fez parte de uma exposição coletiva no Salão de Verão promovido pelo Jornal do Brasil no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Participou da Trienal de Pintura Primitiva de Bratislava, na Tchecoslováquia, como representante oficial do Brasil. 

Também se destaca uma importante exposição que ocorreu na Galeria Domus em 1966 junto com seu Neto Manxa que já se destacava na região como escultor de entalhes de madeira, resina, fibra e concreto. Sua pintura livre de academicismo, construiu pictoricamente uma poética do sertão, numa representação simples e sincera do seu viver.

Texto baseado nas pesquisas de Ilka Pimenta (Mestre em História – UFRN e Produtora cultural);  ARAÚJO, Iaperi. Maria do Santíssimo: uma pintura ingênua. Natal/RN - Fundação José Augusto, 98p. (Coleção Cultura Potiguar). 

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